E ao criar o Senhor exclamou: “Vamos
deixa-lo viver por si só. Não precisa de nós é independente e autossuficiente.”
Bem sabemos que não foi assim. O Senhor criou uma auxiliadora idônea que o
correspondesse em tudo. Criou-os para ter uma relação. Criou-os para terem
comunicação.
Comunicação é transmissão de
ideias. Originada de communicare, palavra em latim que significa usar em comum,
partilhar. E tem o mesmo sufixo de koinonia, ou seja, a desejada comunhão.
Se o homem foi criado para viver em
comunicação porque alguns vivem como leprosos mentais, com medo de serem
condenados, como se atacado por uma ideia contagiante e para não causar espanto
ficam em reclusão espontânea?
A impureza era o motivo do leproso
viver afastado da comunidade, mas o próprio Senhor curou aqueles que viviam a
margem, inserindo-os no local de onde não eram para ter saído. E hoje volta-se
a criar os leprosários, cidades repletas de ideias magníficas, confundidas com
aquelas idéias que realmente precisam ser internadas.
A comunicação se tornou um bem de
consumo. Um meio de sustento, uma obrigação. Perdeu-se o prazer de
compartilhar, de trocar ideias, de contar novidades do dia a dia. Agora comunicar é
trabalho, é recurso mensurável, onde até um “oi” e um “bom dia” são contados como
pontos para uma promoção.
Retire o status, retire o ganho e
sobra o que realmente importa, a pessoa como ela é, o Adão e a Eva
nus e sem vergonha. Talvez seja isso que falte na comunicação. Pessoas sem a
malícia da condenação, que se permitem escutar e ser ouvidas. Apenas por
valorizar a pessoa que compartilha.
Você foi criado para se comunicar,
e para isso você precisa valorizar aquele que busca a você para falar. Não se
desespere com as ideias que você vai ouvir, muitos leprosos surgirão. Não os
atire na reclusão e nem permita que eles se lancem lá. Pelo contrário, os
entregue ao Senhor para que Ele possa curá-los e envia-los de volta à comunhão.
Anderson Thiago
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